quinta-feira, 30 de julho de 2009

Resenha: Arctic Monkeys - Humbug (2009)


Quando se ouve falar em Arctic Monkeys o que vem a cabeça são quatro jovens ingleses, suas guitarras rápidas, músicas dançantes e todo o hype que foi o primeiro album da banda. Mas, olhando um pouco mais fundo, você percebe que além de tudo isso eles são ótimos músicos e isso desde o começo da carreira.
A banda mostrou um avanço considerável do primeiro álbum para o segundo, Favourite Worst Nightmare, estava mais pesado - não no sentido de peso comum, mas estava mais denso - o albúm é mais diversificado, esperto e, porque não, mais inteligente. Mas, a característica principal do grupo sempre foi esse grito jovem do rock, alma adolescente em cada acorde, tudo isso muito bem mestrado por quatro caras que sabem muito bem o que fazem.

Porém, esqueça tudo que você sabe sobre os macacos.

Acabou de vazar o novo álbum da banda, intitulado "Humbug". Produzido quase que inteiramente pelo (gênio) líder do Queens of the Stone Age, Josh Homme. O que era de se esperar eram grandes mudanças na sonoridade, mudança o qual a banda já tinha anunciado. Para analisar o cd terei que fazer em partes, citar os pontos positivos e negativos, tudo sob a minha percepção.

O albúm foge completamente do rótulo que a banda ostentava até então: o indie rock, termo que nunca concordei muito bem. O álbum está mais denso, sombrio, viajandão, ou seja, a cara da banda do Josh. Mas há muito mais ai no meio, além de Queens of the Stone Age. Tem um toque de Black Sabbath aqui, outro de rock 60s aqui e um toque de Arctic Monkeys ali. Bom, é bem por aí!
O que não dá para deixar escapar é que nesse trabalha a banda mostra mesmo a evolução como músicos dos membros. Alex continua um puta letrista e o mais legal é que ele brinca muito mais com sua voz, as vezes parecendo ser outro vocalista. Matt, eleito pelos leitores da NME recentemente como um dos melhores bateristas de todos os tempos, não faz mais do que já era comum: ele destrói. Ótimo baterista, desde o primeiro trabalho do grupo. Jamie, guitarrista excelente, parece que foi o que mais absorveu energias do estúdio de Josh Homme, suas guitarras estão ao melhor estilo QotSA. E Nick, mostra um baixo muito mais inteligente e presente. Ponto pros caras!

Agora, por outro lado, quem for fã dos outros cds vai sentir falta dos refrões grudendos, da energia. Eu pelo menos não imagino a galera inteira de um show pulando ao som de "Crying Lightning" (primeiro single do cd), assim como pulam ao som de "I Bet You Look Good On The Dancefloor". Na verdade, esse cd me deixa muito em cima do muro. Trata-se de uma obra excelente influenciada pelo QotSa, banda o qual adoro faz um bom tempo, mas, eu também amava o Arctic Monkeys de antes, então, tudo soa estranho no começo. Tomando um termo usado na comunidade da banda no orkut, esse álbum é "slow food" e precisa de paciência para ser digerido pelo público.

O primeiro single do álbum é "Crying Lightning". A música é ótima (alguém percebeu a influência explícita no solo? Quem não, né?), além de tudo, ganhou um clipe viajantão, meio trash, mas acostuma e você acaba achando legal.



Adorei "Dangerous Animals", puta música. "Fire and the Thud" talvez seja a mais fraquinha. Por sorte sou muito receptivo por mudanças, já que adorei o último albúm do The Killers e do Franz Ferdinand, outras duas bandas que apostaram na mudança de rumos para o terceiro cd.

Aliás, esse ano quatro das minhas bandas favoritas lançaram seu terceiro cd: The Killers, Franz Ferdinand, Kasabian, e agora, Arctic Monkeys, e todas foram aprovadas, passaram no teste do terceiro cd.

Ouça "Humbug", mas com a pulga atrás da orelha.

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